Entrevista Antena1 (vencedor VI Congresso Nacional de Psiquiatria)
Entrevista à Antena 1, com o Doutor Jorge Mota Pereira, sobre o estudo intitulado “Mexa-se! Pela sua depressão”.
Este estudo foi o vencedor, de entre 206 concorrentes, do primeiro prémio no VI Congresso Nacional de Psiquiatria, Estoril.
MEXA-SE! PELA SUA DEPRESSÃO
Jorge Mota Pereira, Serafim Carvalho; Jorge Silvério; José Carlos Ribeiro; José João Silva; Mariana Soares; Sónia Granja; Joaquim Ramos Hospital de Magalhães Lemos e Universidade do Minho; Hospital de Magalhães Lemos; Universidade do Minho (Escola de Psicologia); Universidade do Porto (Faculdade de Desporto)
Introdução: O tratamento da Perturbação Depressiva Major (PDM) envolve múltiplas estratégias, tendo a prática de exercício físico moderado vindo a ser apontada como potenciador do efeito dos antidepressivos, surgindo associada a um aumento da qualidade de vida dos doentes com depressão. No entanto, e dada a complexa fisiopatologia da PDM, os estudos realizados até ao momento têm apresentado resultados díspares.
Objectivo: Avaliar o impacto de um programa de exercício físico moderado na qualidade de vida de doentes com PDM.
População: Amostra populacional: 33 doentes com PDM com idade média de 47,2 ± 10,4 anos, que frequentavam consultas psiquiátricas há pelo menos nove meses e que não apresentavam remissão dos sintomas apesar da toma de fármacos em doses consideradas adequadas.
Métodos: Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo de estudo (E, n = 21), que realizou exercício físico moderado durante 12 semanas, e um grupo controlo (C, n = 12), que não fez exercício físico. Antes e depois do programa de exercício físico, todos os participantes foram avaliados relativamente a HAMD17 (escala de depressão de Hamilton, 17 items), BDI (Escala de depressão de Beck), GAF (escala de avaliação global de funcionamento), CGI (Escala de Impressões clínicas globais) e WHOQOL-Bref (instrumento de avaliação da qualidade de vida).
Resultados: O grupo E melhorou do início para o final do estudo relativamente aos parâmetros HAMD17, BDI, CGI, GAF e WD3 (p < 0.05). No final do programa de exercício, os indivíduos do grupo E apresentaram maiores descidas na classificação HAMD17, avaliada como percentagem da classificação inicial, do que os indivíduos do grupo C (p < 0.05).
Conclusões: Os resultados sugerem fortemente que o exercício é benéfico em indivíduos com PDM, melhorando não só os sintomas de depressão como aumentando a capacidade destes indivíduos de melhor se relacionarem socialmente.
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